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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Haitianos no Acre sofrem com superlotação em alojamento.

Sílvia Freire, de São Paulo
Freud Antunes, colaboração para a Folha, de Rio Branco

          Um grupo de 724 haitianos está alojado precariamente numa pousada que comporta 80 pessoas, em Brasileia (231 km de Rio Branco), fronteira do Brasil com a Bolívia.
          Outros 700 são esperados nos próximos dias, segundo os próprios imigrantes.
          Sem visto de entrada no país nem dinheiro, os haitianos pedem refúgio ao chegar ao Brasil. Por razões humanitárias, o governo brasileiro dá a eles direito de residir no país, segundo o Itamaraty.
          Os haitianos, no entanto, têm de aguardar a regularização de sua situação em Brasileia, onde há um posto da Polícia Federal. O processo pode demorar até 45 dias. Durante esse período, não podem sair da cidade.
          O padre Rutemarque Crispim, que está ajudado os haitianos, disse que as condições da pousada são insalubres. "Não tem detergente, não tem sabão. Alguns chegam a dormir na rua", disse.
          Segundo o padre, na pousada estão 12 crianças, entre elas um bebê de três meses.
          Os haitianos chegam ao Brasil após passarem por República Dominicana, Equador, Peru e Bolívia.
          De janeiro de 2010, quando um terremoto devastou o Haiti, até o mês passado, cerca de 3.000 haitianos pediram refúgio no Brasil.
          O secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Henrique Corinto, disse que há cerca de três meses voltou a crescer o fluxo de haitianos e que a estrutura montada para recebê-los não comportou o aumento.
          Em novembro, o Estado disse ter gasto R$ 120 mil com os haitianos. Na semana passada, o Acre pediu ajuda ao governo federal.
          A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência disse que irá liberar 1.200 cestas básicas para os Estados do Acre e do Amazonas para auxiliar os imigrantes.
          Segundo o secretário, o governo do Acre está ajudando os imigrantes por razões humanitárias e para reduzir o impacto social na região.
          Após obterem a documentação, muitos haitianos buscam emprego em Rondônia. Poucos continuam no Acre.
          Segundo o Ministério do Trabalho, a maioria tem ensino fundamental e médio incompleto, mas alguns têm curso superior e encontram emprego com relativa facilidade no Brasil.

Fonte: Folha de São Paulo - on-line.

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