Visitantes:

sábado, 19 de novembro de 2011

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011 – 2015) - Parte 2.

Introdução

          1. Fiel a Jesus Cristo, o Verbo de Deus, missionário do Pai (Jo 5,37; Jo 20,21), que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), a Igreja no Brasil, ao mesmo tempo em que escuta e acolhe a voz do Espírito Santo, reafirma a importância de conhecer a realidade e de traçar metas específicas para a ação evangelizadora à luz da Sagrada Escritura e da Tradição.2 Desde o Plano de Emergência,3 a Igreja no Brasil não interrompeu o rico processo de planejamento pastoral, elaborando diretrizes e planos, tendo em vista corresponder melhor à ação do Espírito numa realidade em constante transformação. Deseja, mais uma vez, contemplar o cotidiano do povo brasileiro, notadamente dos mais sofridos, voltar às fontes da fé e indicar caminhos a serem trilhados.

          2. Diretrizes são rumos que indicam o caminho a seguir, abordando aspectos prioritários da ação evangelizadora, princípios norteadores e urgências irrenunciáveis. Os planos de pastoral das Igrejas Particulares percorrem um roteiro específico, contendo estudo e iluminação da realidade à luz da fé, objetivos, critérios e meios para sua concretização na própria realidade. Realizar planos é uma tarefa que cabe às Comissões Pastorais e às Igrejas Particulares, com suas paróquias, comunidades, organismos, movimentos leigos, institutos de vida consagrada, em suma, todos os agentes de pastoral. Na interação entre as diretrizes e os planos, o objetivo geral é assumido por todos os Bispos do Brasil, em suas Igrejas Particulares, preservando-se a unidade e a diversidade.

          3. A Igreja no Brasil, iluminada pela Conferência de Aparecida e celebrando o cinquentenário do Concílio Vaticano II, louva e bendiz o Deus da Vida, do Amor e da Paz, pela tradição em planejar a ação evangelizadora. Ergue um canto de louvor por todas as pessoas que, nas mais diversas formas de viver a fé, levam adiante o anúncio do Reino de Deus, concretizando os planejamentos e suscitando novas propostas, algumas vezes, na satisfação de vê-las realizadas, outras, no martírio que decorre da fidelidade ao Evangelho.
          Louva a Deus pela Palavra anunciada, a Eucaristia celebrada, a solidariedade concretizada, a vida defendida, o amor compartilhado, a unidade fortalecida e a fraternidade testemunhada. Eleva um canto de gratidão pelas inúmeras e diversificadas formas de viver a dimensão comunitária, sem as quais planejamento algum pode se concretizar. Curva-se perante o Deus de Misericórdia, pedindo perdão por fraquezas, infidelidades e pecados de seus membros e implorando forças para viver, sempre mais intensamente, o discipulado missionário que decorre do encontro com Jesus Cristo, alimentado pela Palavra de Deus e pelos Sacramentos.
          Clama pela firmeza indispensável para superar uma concepção de fé restrita a um conjunto de práticas religiosas fragmentadas, a adesões parciais e à participação ocasional.4 Reza, enfim, para que, através destas Diretrizes e do empenho de todos, se supere o “medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas, na verdade, a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez”.5

2 Cf. VD, nn. 17, 18 e 35.
3 5ª Assembleia Geral da CNBB, de 2 a 5 de abril de 1962; cf. Documento da CNBB 76.
4 Cf. DAp, n. 12.
5 DAp, n. 12, citando: RATZINGER, J. Situação atual da fé e da teologia. Conferência pronunciada no Encontro de Presidentes de Comissões Episcopais da América Latina para a Doutrina da fé, celebrado em Guadalajara, México, 1996. Publicado em L’Osservatore Romano, em 1º de novembro de 1996.

Fonte: http://www.cnbb.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário