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domingo, 13 de novembro de 2011

Compromisso da Cidade do Cabo - 1.

Prefácio

          O Terceiro Congresso Lausanne sobre Evangelização Mundial (Cidade do Cabo, 16-25 de outubro de 2010) reuniu 4.200 líderes evangélicos de 198 países e se estendeu a outras centenas de milhares de líderes que participaram de reuniões, locais e online, realizadas em todo o mundo. Seu objetivo? Trazer um novo desafio à Igreja global a fim de que ela testemunhe de Jesus e de todo o seu ensinamento, em todas as nações, em todas as esferas da sociedade e em todos os campos de reflexão.
          O Compromisso da Cidade do Cabo é fruto desse esforço. Ele se posiciona em uma linha histórica, tendo como base tanto o Pacto de Lausanne quanto o Manifesto de Manila. Está dividido em duas partes. A Parte I estabelece as convicções bíblicas, transmitidas a nós nas escrituras, e a Parte II ecoa o chamado para ação.
          Como a Parte I tomou forma? Ela foi discutida pela primeira vez em Minneapolis, em dezembro de 2009, num encontro entre 18 teólogos e líderes evangélicos trazidos de todos os continentes. Um grupo menor, liderado por Dr. Christopher J H Wright, presidente do Grupo de Trabalho Teológico Lausanne, foi convidado para elaborar o documento final, a ser apresentado ao Congresso.
          Como a Parte II tomou forma? Um extenso processo de pesquisa iniciou-se pouco mais de três anos antes do Congresso. Cada um dos Diretores Internacionais do Movimento Lausanne organizou consultas em suas regiões, nas quais foi solicitado aos líderes cristãos que identificassem os principais desafios enfrentados pela Igreja. Seis questões principais surgiram. Essas questões (i) definiram a programação do Congresso e (ii) deram forma à estrutura do chamado à ação. Este processo de pesquisa prosseguiu durante o Congresso, enquanto Chris Wright e o Grupo de Trabalho da Declaração trabalhavam para registrar fielmente todas as contribuições. Um esforço hercúleo e monumental.
          O Compromisso da Cidade do Cabo atuará como um roteiro para o Movimento Lausanne durante os próximos dez anos. Esperamos que o seu chamado profético para o trabalho e para a oração leve igrejas, agências missionárias, cristãos em seus locais de trabalho e alianças estudantis em universidades a abraçar o chamado e a encontrar o seu papel neste trabalho.
          Muitas declarações doutrinais afirmam o que a Igreja acredita. Gostaríamos de ir além e unir crença e prática. O modelo que usamos foi o do Apóstolo Paulo, cujo ensinamento teológico foi substanciado em instruções práticas. Por exemplo, em Colossenses, sua profunda e maravilhosa representação da supremacia de Cristo resulta num ensinamento prático do que significa estar enraizado em Cristo.
          Podemos distinguir entre o que está no cerne do evangelho cristão, ou seja, as verdades básicas sobre as quais devemos estar unidos, e as questões secundárias, onde há divergência entre cristãos sinceros no que se refere à interpretação do que a Bíblia ensina ou exige. Trabalhamos aqui para formular o princípio Lausanne de “liberdade dentro dos limites” e na Parte I esses limites estão claramente definidos.
          Durante todo este processo, tivemos o prazer de trabalhar em conjunto com a Aliança Evangélica Mundial. Os líderes da AEM estão de pleno acordo tanto com a Confissão de Fé quanto com o Chamado à Ação.
          Embora falemos e escrevamos a partir da tradição evangélica dentro do Movimento Lausanne, afirmamos a unidade do Corpo de Cristo e de bom grado reconhecemos a existência de muitos outros seguidores do Senhor Jesus Cristo no contexto de outras tradições. Na Cidade do Cabo, recebemos com alegria representantes respeitados de igrejas históricas de outras tradições, ali presentes no papel de observadores, e confiamos que o Compromisso da Cidade do Cabo seja útil para igrejas de todas as tradições. Nós o oferecemos em espírito de humildade.
          Qual é a nossa expectativa em relação ao Compromisso da Cidade do Cabo? Cremos que ele será comentado, discutido e valorizado como uma afirmação uníssona dos evangélicos em todo o mundo; que definirá pautas no ministério cristão; que fortalecerá formadores de opinião na arena pública; e que iniciativas e parcerias arrojadas surgirão a partir dele.
          Que a Palavra de Deus ilumine nosso caminho e que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com cada um de nós.

S Douglas Birdsall
Presidente Executivo
Lindsay Brown
Diretor Internacional

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