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domingo, 27 de novembro de 2011

Compromisso da Cidade do Cabo - Parte 3.

Parte I

Para o Senhor que Amamos: Confissão de Fé da Cidade do Cabo

1. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro

          A missão de Deus flui do amor de Deus. A missão do povo de Deus flui do nosso amor a Deus e a tudo o que Deus ama. A Evangelização mundial é o derramamento do amor de Deus em nós e através de nós. Nós afirmamos a primazia da graça de Deus e então respondemos a esta graça pela fé, demonstrada através da obediência em amor. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

          A) O amor a Deus e o amor ao próximo constituem os primeiros e mais importantes mandamentos, dos quais dependem toda a lei e os profetas. O amor é o cumprimento da lei e o primeiro fruto, chamado do Espírito. O amor é a evidência de que nascemos de novo; a garantia de que conhecemos a Deus e a prova de que Deus habita em nós. O amor é o novo mandamento de Cristo, que disse aos seus discípulos que somente se obedecessem a este mandamento a missão deles seria visível e crível. O amor cristão de uns pelos outros é a maneira através da qual o Deus invisível, que se fez visível em seu Filho encarnado, continua a fazer-se visível para o mundo. O amor estava entre as primeiras coisas que Paulo observou e elogiou entre os novos crentes, juntamente com a fé e a esperança. Mas o amor é o maior, porque o amor jamais acaba.

          B) Tal amor não é fraco nem sentimental. O amor de Deus é pactualmente fiel, comprometido, abnegado, sacrificial, forte e santo. Visto que Deus é amor, o amor permeia todo o seu ser e todas as suas ações; a sua justiça, bem como a compaixão. O amor de Deus se estende a toda a sua criação. Recebemos o mandamento de amar de forma que o amor de Deus seja refletido em todas essas dimensões. É isto o que significa andar no caminho do Senhor.

          C) Assim, ao estruturarmos nossas convicções e nossos compromissos nos termos do amor, assumimos o desafio bíblico mais básico e difícil de todos de:

          1. amar o Senhor nosso Deus de todo coração, alma, mente e força;
          2. amar nosso próximo (inclusive o estrangeiro e o inimigo) como a nós mesmos;
          3. amar uns aos outros como Deus em Cristo nos amou; e
          4. amar o mundo com o amor Daquele que deu seu único Filho para que através dele o mundo pudesse ser salvo.

          D) Tal amor é dom de Deus derramado em nossos corações, mas também é mandamento de Deus que exige obediência da nossa vontade. Tal amor significa ser como o próprio Cristo: firme na perseverança, mas manso em humildade; forte para resistir o mal, mas gentil em compaixão pelo sofredor; corajoso no sofrimento e fiel, mesmo até a morte. Tal amor tem como modelo Cristo na terra e é mensurado pelo Cristo ressuscitado em glória.
          Afirmamos que este amor, bíblico abrangente, deve ser a autenticação da identidade e a marca dos discípulos de Jesus. Em resposta à oração e ao mandamento de Jesus, esperamos que seja assim conosco. Infelizmente confessamos que muitas vezes não é assim. Por isso reafirmamos nosso compromisso de nos esforçar para viver, pensar, falar e agir de forma a expressar o que significa andar em amor – amor a Deus, amor de uns para com os outros e amor pelo mundo.

          2. Nós amamos o Deus Vivo Nosso Deus, a quem amamos, se revela na Bíblia como o único Deus vivo e eterno, que governa todas as coisas de acordo com a sua vontade e para seu propósito de salvação. Na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, somente Deus é o Criador, o Soberano, o Juiz e o Salvador do mundo. Por isso amamos a Deus – dando-lhe graças por nosso lugar na criação, submetendo-nos à sua soberana providência, confiando na sua justiça e louvando-o pela salvação que ele conquistou por nós.

          A) Nós amamos a Deus acima de todos os rivais. Recebemos o mandamento de amar e adorar apenas ao Deus vivo. Mas assim como Israel no Antigo Testamento, deixamos que nosso amor a Deus seja adulterado ao seguirmos os deuses deste mundo, os deuses dos povos que nos rodeiam. Caímos no sincretismo, seduzidos por ídolos como a ganância,o poder e o sucesso, servindo a mamon em vez de servir Deus. Aceitamos o domínio de ideologias políticas e econômicas sem respaldo bíblico. Somos tentados a comprometer nossa fé na singularidade de Cristo diante da pressão do pluralismo religioso. Assim como Israel, precisamos ouvir o apelo dos profetas e do próprio Jesus ao arrependimento, e a que abandonemos todos esses rivais e voltemos ao amor obediente e à adoração a Deus somente.

          B) Nós amamos a Deus com paixão pela sua glória. A maior motivação para a nossa missão é a mesma que impulsiona a missão do próprio Deus – que o único e verdadeiro Deus vivo seja conhecido e glorificado em toda a sua criação. Este é o objetivo final de Deus e deve ser a nossa maior alegria. “Ora, se Deus deseja que todo joelho se dobre a Jesus e toda língua confesse seu nome, esse deve ser também o nosso desejo. Nós deveríamos “ter ciúmes” ou, como às vezes diz a Escritura, “zelar” pela honra do seu nome: preocupar-nos quando ele ainda continua desconhecido, sofrer quando é ignorado, indignar-nos quando é blasfemado e empenhar-nos firmemente para que lhe deem a honra e a glória que lhe são devidas. De tudo o que nos impele à obra missionária, a maior motivação não é, nem a obediência à Grande Comissão (apesar de toda a sua importância), nem o amor aos pecadores que estão alienados e perecendo (por mais forte que seja este incentivo, principalmente diante da ira de Deus), mas sim o zelo – zelo ardente e cheio de paixão – pela glória de Jesus Cristo...Diante deste propósito supremo da missão cristã, qualquer outra motivação defina e morre .” (John Stott)
         
          Nossa maior tristeza deve ser o fato de que o Deus vivo não é glorificado em nosso mundo. O Deus vivo é negado num ateísmo agressivo. O único Deus verdadeiro é substituído e distorcido na prática das religiões do mundo. O nosso Senhor Jesus Cristo é insultado e deturpado em algumas culturas populares. E a face de Deus revelada na bíblia é obscurecida pelo nominalismo, pelo sincretismo e pela hipocrisia cristãos.
          Amar a Deus em meio a um mundo que o rejeita e o distorce, exige um testemunho corajoso, porém humilde do nosso Deus; uma defesa enérgica, porém graciosa da verdade do evangelho de Cristo, o Filho de Deus; e confiança piedosa na obra de convencimento do Espírito Santo.
          Nós nos comprometemos com tal testemunho, pois se declaramos que amamos a Deus, devemos partilhar a primazia de Deus, qual seja, que o Seu nome e a Sua Palavra sejam exaltados acima de todas as coisas.

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