A internação é voluntária e tem uma média de seis meses de duração.
Quem diria que um ousado sonho de construir um lugar para moradores de rua seria possível? No começo, poucos acreditaram e muitos criticaram a ideia do pastor Júlio Flávio, mas aquilo que parecia audacioso demais, hoje é resposta para mais de 600 internos (anualmente) na Cidade Refúgio.
Localizada em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte, a unidade terapêutica oferece cursos de qualificação de corte, costura, construção civil, marcenaria, paisagismo, culinária, informática entre outras atividades. Os cursos preconizam a reinserção dos internos na sociedade. A internação é voluntária e tem uma média de seis meses de duração.
Primeiramente, os interessados se inscrevem no escritório da unidade, depois são submetidos a uma entrevista de triagem. Na sequência passam por outra avaliação da Cidade Refúgio. Assim que iniciam o processo de tratamento, são direcionados a serviços de saúde pública e psicologia.
Durante a internação, eles realizam atividades domésticas, recebem cursos profissionalizantes e ministração da Palavra de Deus. Adriano Carilli, um dos atendidos pela iniciativa, conta que estava, há aproximadamente quatro meses, sem tomar banho quando chegou à clínica de reabilitação. “Passava por um espelho e virava o rosto, não acreditava que aquela imagem refletida era a minha”, lembra.
Essa é apenas uma das histórias, dentre centenas que têm sido transformadas, desde a fundação do espaço em 2008. Por enquanto, a unidade auxilia apenas homens entre 18 e 55 anos, mas o alvo é que em breve mulheres e idosos possam ser beneficiados com a clínica.
Como tudo começou
Em 1997, o Pr. Júlio Flávio, fundador e presidente da Cidade Refugio, juntamente ao grupo de membros da Igreja Batista da Lagoinha saía às ruas durante a madrugada, com a missão de falar a Palavra de Deus para aqueles que ali moravam. Comovido com a situação, Júlio começou a acompanhá-los, levando também alimentos e roupas.
No ano 2000, Júlio teve a decisão de “sentir na pele” o que os mendigos passam. Ficou três dias e três noites como morador de rua em Belo Horizonte, sentindo frio, fome, medo da violência e pedindo esmola nos sinais. Porém, a maior dificuldade que Júlio conta ter passado, foi o olhar de desprezo e repulsa da sociedade e assim chegou a conclusão de que em cada morador de rua existe decepção, história de abandono e ausência familiar.
Então, começou um amor e um desejo muito grande de cuidar dos moradores de rua. Desde então, ele organizou algumas unidades terapêuticas, mas foi em 2007 que iniciou a Associação Projeto Cidade Refúgio.
A clínica iniciou com uma gestão desvinculada de instituição, sem pertencer a nenhuma denominação específica, com portas abertas para receber o auxílio de todas as igrejas e entidades e desde então tem ajudado centenas de dependentes químicos sem recursos a serem libertos do vício e da vida deliberada.
Mais informações:
(31) 3427-7114 – Cidade Refúgio
Site: www.cidaderefugio.com.br
:: Érica Fernandes
Fonte: http://www.lagoinha.com
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