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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Segundo texto sobre a Graça.

 

por Natan Rufino (Integrante da Coord. Doutrinária MVV)


     Olá gente.
     Abaixo, segue o segundo texto que citei no post anterior, para nos esclarecer melhor sobre a graça de Deus.
     Na próxima semana, postarei o terceiro.
     Paz!

Graça, Arrependimento e Confissão
Tony Cooke

     Recentemente, eu tive o privilégio de fazer algumas reuniões mais demoradas na igreja do pastor Jerry Weinzierl, em Sterling Heights, Michigan, e tive a oportunidade de ensinar profundamente sobre o assunto da graça. Uma das áreas que ensinei dizia respeito à forma como a graça de Deus faz com que os crentes precisem confessar pecados ou se arrepender. Alguns têm a particular impressão de que estar debaixo da graça significa que é desnecessário nos arrependermos e confessarmos os pecados que cometemos. Em vez disso, pensam eles, os crentes simplesmente precisam reconhecer que já foram perdoados.
     Antes de falar sobre isto, é de vital importância definir biblicamente os termos que usamos. As palavras “arrepender-se” e “arrependimento”, não significam que estamos ansiosos por nos aprofundarmos na culpa, vendo e revendo nossas falhas, ou que andemos perpetuamente com a consciência de pecado. A seguir, apresento algumas das coisas que os mais respeitados estudiosos têm a dizer a respeito da palavra grega para arrependimento:
     “O substantivo grego metanoia significa literalmente ‘uma mudança de mente’. É mais do que um pesar emocional, que muito frequentemente não produz qualquer mudança de vida. Na verdade, é uma mudança de mente, ou atitude, para com Deus, para com o pecado e para conosco mesmos” (Ralph Earle). “…a mudança de mente por parte daqueles que começaram a abominar seus erros e crimes, e se determinaram a percorrer um curso de vida melhor, de maneira que envolve tanto o reconhecimento do pecado e o pesar por ele, quanto um melhoramento, de coração, que são evidências e consequências das boas obras” (Joseph H. Thayer).
     Em sua notável obra, Uma Luz Na Escuridão: Sete Mensagens para as Sete Igrejas, Rick Renner escreve: “Quando as palavras ‘meta’ e ‘nous’ são combinadas em uma só, a nova palavra descreve uma decisão de mudar completamente a forma que alguém pensa, vive ou se comporta. Isto não descreve um pesar emocional temporário por causa de ações passadas, mas é uma decisão intelectual sólida de dar meia volta e tomar um novo rumo, e de alterar completamente sua vida descartando um padrão de comportamento velho e destrutivo, e abraçar um novo em folha. Arrependimento verdadeiro envolve uma decisão consciente tanto para se afastar do pecado, do egoísmo e da rebelião, como também para se voltar para Deus de todo seu coração e mente. É uma volta completa de 180 graus nos pensamentos e comportamentos de alguém”.
     Intenções não são a mesma coisa que arrependimento. William Douglas Chamberlain escreveu: “A fé cristã vira o rosto dos homens para frente. O arrependimento é a reorientação da personalidade em referência a Deus e seu propósito”. Além disso, ele declara que para os crentes desfrutarem do reino de Deus, eles devem “submeter-se a uma transfiguração mental, à qual chamamos ‘arrependimento’. O arrependimento olha para frente em esperança e antecipação, enquanto o remorso olha para trás com vergonha, e para frente com medo”.

Jesus Pregava Arrependimento

     As primeiríssimas palavras que Jesus pregou (de acordo com Mateus 4.17) foram “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”. Observe que Jesus não advogava simplesmente que as pessoas saíssem do negativo, mas ele queria que as pessoas despertassem para o positivo: O reino de Deus, que estava se tornando disponível para eles. Neste sentido, podemos dizer que o arrependimento realmente é uma preparação profética; é a preparação de nossos corações para algo maravilhoso que Deus está tornando disponível para nós.
     O arrependimento acontece quando despertamos para o glorioso potencial divino destinado às nossas vidas. À luz da bondade de Deus e de suas boas intenções para conosco, nós reconhecemos a deficiência de nossa perspectiva egoísta e o caráter destrutivo de nosso comportamento pecaminoso. Assim, nos afastamos disso para que possamos abraçar uma nova vida, melhor e mais elevada, oferecida pelo Deus da graça. Assim como na graça, no arrependimento também, tanto a atitude quanto a ação estão envolvidos. Existe uma descontinuação do comportamento errado, baseado em um coração e mente que se voltaram completamente para Deus e seus caminhos.

Mas Crentes Precisam se Arrepender?

     Alguns creem que a confissão de pecado e arrependimento é importante para os incrédulos, mas que se tornam desnecessários uma vez que a pessoa tenha nascido de novo. Afinal de contas, eles raciocinam, se Jesus já morreu por todos os nossos pecados, e todos eles já foram perdoados, por que precisaríamos reconhecê-los ou confessá-los, se eles já estão debaixo do sangue?
     Muito tempo depois da sua ascensão, Jesus se dirigiu aos crentes de várias congregações por toda Ásia Menor (Apocalipse 2 e 3). Das sete congregações para as quais falou, ele disse a cinco delas que precisavam se arrepender de certos pecados, e aos laodicenses disse, especificamente: “Aqueles a quem eu amo [terna e afetuosamente], eu lhes digo suas falhas e os convenço e os persuado e os corrijo [eu os disciplino e instruo]. Então, esteja entusiasmado e com zelo ardente e sincero, e arrependa-se [mudando sua mente e atitude]” (Apocalipse 3.19, Versão Amplificada da Bíblia).
     Jesus não estava dizendo àqueles crentes que eles precisavam merecer ou ganhar seu perdão por meio do arrependimento, mas ele certamente queria que eles reconhecessem as áreas onde precisavam fazer ajustes e alinhar-se com a sua Palavra.
     O apóstolo Paulo certamente cria que era importante para os crentes que houvessem cometido algum erro, que se arrependessem diante de Deus e, com a ajuda dele, pusessem sua vida em ordem. Em 2 Coríntios 12.20-21 (na Bíblia Viva), ele disse: “Tenho receio de que quando for visitá-los não vá gostar daquilo que encontrar, e vocês não vão gostar do modo pelo qual eu terei de agir; Receio que os encontrarei em desavenças, invejando uns aos outros, irando-se uns contra os outros, aparentando grandeza, dizendo coisas vis uns dos outros, cochichando pelas costas uns dos outros, e cheios de presunção e discórdia. Sim, tenho receio de que, quando for, Deus me humilhará diante de vocês e eu ficarei triste e pesaroso porque muitos de vocês pecaram e nem mesmo se importam com as coisas vis e indecentes que têm praticado: a impureza, a imoralidade, e a sedução das mulheres de outros homens”.
     Paulo tem sido chamado com certa frequência de “O Apóstolo da Graça”, e mesmo assim, ele obviamente acreditava que o arrependimento é importante para os cristãos que saem do rumo.
Creio que o ensino claro das Escrituras não é que a graça torne desnecessário o arrependimento, mas exatamente o contrário: que a graça torna o arrependimento possível! Porque Deus é gracioso, ele não nos rejeita, nem nos lança fora quando tropeçamos ou falhamos, mas ele nos convida para que “…cheguemo-nos confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno” (Hebreus 4.16, Versão Revisada Imprensa Bíblica).
     Em 2 Coríntios 7.10, Paulo disse que “a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte”.

E a Respeito de Confissão?

     Quando entendemos quais são as reais implicações da confissão (de pecado), compreendemos que este é o primeiro passo no processo de arrependimento. A palavra grega traduzida por confissão é “homologeo”, e é derivada de duas palavras, que significam “o mesmo” e “dizer”. Desta forma, a palavra é tipicamente definida com o significado de “dizer a mesma coisa”. Confessar também significa “concordar com”, “ceder”, “admitir” e “reconhecer”. Se uma pessoa primeiro não reconhecer que existe um problema, como ou por que ela iria se incomodar em mudar sua mente, sua atitude, ou sua conduta com respeito ao problema em questão? Uma pessoa nunca se arrependerá sem que primeiro confesse (ou reconheça) que o assunto em questão é um pecado.
     É lamentável que alguns tenham tentado diminuir o significado da confissão alegando que 1 João 1 não tenha sido escrito para cristãos, mas para incrédulos ou gnósticos. Muitas epístolas foram escritas em meio ao contexto de erros doutrinários, mas todas as epístolas do Novo Testamento foram escritas para cristãos. 1 Coríntios fora escrita em meio ao contexto do antinomianismo, Gálatas em meio ao contexto do legalismo, Colossenses em meio ao contexto do ascetismo, e 1 João em meio ao contexto do gnosticismo, mas TODAS foram escritas PARA cristãos.
     O Comentário “Conhecimento da Bíblia” declara: “Nos tempos modernos, ocasionalmente, alguns tem negado que um cristão precisa confessar seus pecados e pedir perdão. Alegam que um cristão já tem perdão em Cristo (Efésios 1.7). Mas este ponto de vista confunde a posição perfeita que um cristão tem no filho de Deus (pela qual inclusive ele está assentado com ele nos lugares celestiais, Efésios 2.6), com as suas necessidades como um ser falho sobre a Terra.
     O que é considerado em 1 João 1.9 pode ser descrito como perdão ‘familiar’. É completamente compreensível como um filho pode precisar pedir a seu pai que o perdoe pelas suas falhas, ao mesmo tempo em que a sua posição na família não está correndo perigo. Um cristão que nunca pede perdão ao seu Pai celestial por causa dos seus pecados dificilmente poderá ter muita sensibilidade quanto às maneiras pelas quais ele entristece o Pai. Primeira João 1.9 não foi escrito para os não salvos, e o esforço para transformá-lo em uma afirmação relacionada à mensagem de salvação é um erro.
     A graça não erradica ou torna desnecessário qualquer outro assunto ou ensino do Novo Testamento. A graça não vai abolir a necessidade de arrependimento, obediência, santidade, envolvimento na igreja, ou de ofertar. Em vez disso, a graça provê perdão quando ficamos aquém das suas diretrizes, e se respondermos à sua graça, encontraremos a força para obedecê-lo em todas as coisas. A graça não é uma desculpa, é uma capacitação. A graça não é evasiva, é catalizadora. A graça não é a permissão divina para fazer coisas erradas, é o poder divino para fazer aquilo que é certo!
     Que você possa encontrar grande fortalecimento em sua toda-suficiente graça!

Fonte: http://verbodavida.org.br/ministerio/coordenacao-doutrinaria/segundo-texto-sobre-a-graca/

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