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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Série Mordomia - Parte 10.

Ministério Igreja Sem Fronteiras
Departamento de Unidade Cristã

          Caros Irmãos,

          Em desfecho à série de mensagens do tema Mordomia Cristã, publicamos texto do Pr. Adiel de Santana, da Igreja Batista Emanuel, da Cidade de Alagoinhas, Bahia.
          Boa leitura.

Mensagem Pregada no Culto Doutrinário  da Igreja Batista Emanuel em Alagoinhas
Data: 03 de março de 2011
Texto básico: Fl 2.1-11 e II Co 5.14

 

Introdução


Nesta série de estudos, vamos procurar descobrir o que a Bíblia tem para dizer sobre a mordomia cristã. Somando tudo que vamos aprender, podemos dizer que a qualidade essencial de um mordomo é esvaziar-se a si mesmo. Toda a mordomia cristã começa com a graça divina, o amor de Deus para com o ser humano. Essa graça demonstra a nós, pecadores, um amor que nos procura e nos redime, sem contar o custo. Em Filipenses 2:5-7, o apóstolo Paulo usa a idéia de esvaziar-se para descrever o que Cristo fez e para dizer em que nós devemos imitá-lo. “Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus... esvaziou-se a si mesmo.” Isto é, Cristo se deu a si mesmo completamente, na sua totalidade. Quando algo está vazio, não tem mais nada. Se restar algo, por pouco que seja, não estará vazio completamente.
O homem que está longe de Deus, pode voltar ao Pai que, em amor, espera-o no caminho da vida. Esse amor que custa tão alto preço, requer uma resposta de igual modo da parte do homem. É o homem colocar-se novamente nas mãos de Deus, para ser recriado. Essa recriação acontece se o homem esvaziar-se de si mesmo. A nossa resposta à oferta sacrificial de Deus, será a oferta sacrificial de nós mesmos. Praticar a mordomia cristã é entrar e viver nesse processo contínuo de esvaziar-se a si mesmo. Se a fé é a entrega total do homem, então a mordomia envolve a totalidade da vida do homem. Se a fé nos liberta da escravidão da lei e coloca o amor de Cristo no centro de nossas vidas, então nossa motivação não é mais uma obediência legal nem um galardão temporário. A motivação à prática da mordomia cristã agora é o amor.
A totalidade do processo da criação baseia-se no amor de Deus. Deus não criou o mundo por outra necessidade senão para compartilhar seu amor. Criou o homem capaz de responder, com reciprocidade, a esse amor. 1 Pe 4.10 e 11; 1 Co 4.1 e 2
A palavra mordomia sofreu, ao longo dos anos, uma deturpação devido ao seu mau uso. Esta palavra é usada como regalias e favores concedidos, especialmente pelos governos, a alguns funcionários públicos. Ou ainda, quando pensamos em mordomo, pensamos num romance ou filme policial em que o mordomo sempre é o criminoso. Estes não são o sentido bíblico da mordomia cristã.

I. SIGNIFICADO DA PALAVRA MORDOMO:
   
A palavra mordomo, em português, vem do latim majordomus, que tem o mesmo significado do grego oikonomoV - oikonomos (oikoV - oikos, casa, e nomoV - nomos, governo). Major, em latim, é maior ou principal, e domus, casa, a casa com tudo que ela contém e significa. Assim mordomo é o principal servo, o que administra a casa do seu senhor.
    Vejamos alguns mordomos na Bíblia: Eliézer (Gn 24.2) e José (Gn 39.4-6).

II. CONCEITO BÍBLICO DA MORDOMIA:

               “É o reconhecimento da soberania de Deus, a aceitação do nosso cargo de depositários da vida e das possessões, e administração das mesmas de acordo com a vontade de Deus”

III. BASE BÍBLICA DA MORDOMIA CRISTÃ:

           a) Deus é dono de tudo e de todos:
                      Do universo: Gn 1.1; 14.22; l Cr 29.l3-l4; Sl 24.l; 50.10-12.
                      Do homem:
                              por direito de criação -Is 42.5
                              por direito de preservação: At l4.l5-l7 e At 17.22-28
                              por direito de redenção: 1 Co 6.l9e20; Tt 2.l4 e Ap 5.9
            b) O homem é o mordomo - Gn 1.28; 2.l5 e Sl 8.3-9.

IV. Consideremos estas  lições :

1.             Deus é bom. Seu mundo é bom. Deus criou um mundo perfeito, e o entregou a um ser responsável e livre, para que o administrasse.
2.             O administrador do mundo – mordomo – é o homem, imagem e semelhança de Deus, ocupando um lugar especial na criação. Ele é responsável diante de Deus pela sua própria vida e pelo resto da criação.
3.             Deus não entregou o mundo ao homem sem um propósito definido. A mordomia está no cerne do propósito de Deus, e deixar de reconhecê-la e de vivê-la é negar, é falhar ao propósito de Deus.
4.             O pecado desafiou a ordem perfeita da criação de Deus. O homem não se contentou e ser mordomo; quis ser dono. Assim, sua rebelião causou uma série de conseqüências para si mesmo e para o mundo material.
5.             A queda do homem veio de uma rebelião não somente contra Deus mas também contra os propósitos de Deus para com o mundo material, resultando em uma administração irresponsável. Expulso do jardim, o homem não tinha mais a sua segurança em Deus, procurando-a então nas coisas materiais.
6.             O problema da crise da ecologia tem que ser compreendido à luz do fato de que o homem é pecador. A solução dos problemas ecológicos deve começar com o causador do problema, que é o homem.
7.             O pecado não tem a palavra final. O que Deus pretendeu no princípio, na criação é o mesmo que pretende na redenção, que é a recriação. Deus quer que o homem se torne um novo homem em Jesus Cristo – isto é, um mordomo cristão da nova vida. A salvação é uma experiência profunda que afeta a totalidade do homem e o mundo ao seu redor. O homem volta a deixar Deus ser o dono. A ordem perfeita de Deus é restabelecida. Livre da escravidão às coisas materiais, o homem, então, põe sua segurança novamente em Deus.
8.             Na sua queda, o homem arrastou toda a criação. Para restaurar a criação, o ponto de partida é a regeneração do próprio homem. À medida em que o homem é recriado, Deus recria, redime o mundo material.
9.             Deus entregou o mundo ao homem com propósitos definidos. Os propósitos de deus, frustrados pelo pecado, são alcançados no novo homem, o homem recriado. Assim, a prática da mordomia cristã é a prática da religião cristã. Não é uma esfera isolada da vida, mas a própria vida cristã em sua plenitude, que só se torna possível sobre a base de uma profunda experiência pessoal com Jesus Cristo. A mordomia cristã não é um plano inventado para levantar recursos financeiros, mas é o plano de Deus para criar os seus filhos. Portanto, a prática da mordomia cristã na igreja não é um problema de propaganda ou promoção, mas um problema de espiritualidade, de santificação. É um problema de crescimento espiritual.
10.         Em Mateus 6:19-24 Jesus ensina que a vida material e a vida espiritual não podem ser separadas. O coração do homem está sempre junto ao seu dinheiro. Portanto, se o dinheiro (os bens materiais) não está em Cristo, o coração não poderá estar.
11.         Características do mordomo cristão:

·         Ele faz de Cristo o Senhor da sua vida.
·         Ele tem consciência de que Deus é o dono de todas as coisas e de que o homem é seu mordomo.
·         Ele procura descobrir o propósito de Deus para cada valor ou bem material que possua.
·         Ele procura obedecer aos propósitos de Deus em relação aos valores materiais, na maneira de ganhar, dar, e planejar para o futuro.

12.  Dar-se a si mesmo é o modus vivendi, a maneira de viver do crente. E é o início e o resultado do crescimento espiritual. O espírito de esvaziar-se a si mesmo demonstra o verdadeiro caráter do crente. Dar-se por amor e com alegria é problema apenas para aqueles cujo caráter ainda não foi recriado e moldado pela vontade de Deus.
13.  O envolvimento do mordomo na igreja, voluntário, responsável, consciente, demonstra maturidade. É através da igreja que Deus quer alcançar o mundo para recriá-lo com o poder da cruz. É através da igreja, portanto, que o mordomo cristão se entrega – não entrega apenas os seus dízimos e ofertas, mas se dá a si mesmo a Deus para a extensão do seu amor ao mundo. Tudo que o crente faz na sua vida particular, envolve a sua mordomia. A maneira como se comporta no trabalho, no lar, na escola, nos divertimentos, em tudo ele deve refletir a sua nova vida interior, recriada pelo evangelho. Vivendo em Cristo uma vida santa em toda a sua “maneira de viver” (I Ped. 1:18), o cristão estará demonstrando sua maturidade espiritual.

CONCLUSÃO

            Não há uma fórmula mágica para levar um crente a crescer e amadurecer na mordomia cristã, mas de tudo o que temos estudado e sentido, temos descoberto um fato central: O amor demonstrado no esvaziamento de si mesmo é a única motivação válida para que o cristão se dê a si mesmo a Deus e à humanidade. Qualquer outro apelo que não seja o amor, será um apelo errado. A mordomia cristã não é legalismo infrutífero, mas é a alegria de dar-se a si mesmo, com liberalidade sacrificial. Dar-se a si mesmo é um teste e uma demonstração de amor. Ao pedir que o crente contribua liberalmente, por amor, não estamos pedindo que ele faça um favor. Do ponto-de-vista bíblico, ensinar um crente a ser fiel e liberal em sua mordomia é fazer-lhe um favor. Que cada crente, cada líder, cada membro desta igreja, faça esse favor a cada irmão.
    A mordomia cristã estabelece como verdade que Deus é o Senhor, o Dono de tudo quanto existe na terra e no céu e concedeu ao homem o privilégio e responsabilidade de administrar. Os homens não são os donos, mas mordomos.

  “Além disso requer-se nos despenseiros (ou mordomos) que se ache fiel.”

Fonte: http://ibemanuel.com.br/

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