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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A cruz pela celebridade.

Igreja Sem Fronteiras
Departamento de Unidade Cristã

Caros Irmãos,

            Segue abaixo um texto para reflexão quanto às maneiras de se buscar a Jesus e o Seu poder. O que Ele fez por nós foi tremendo: a salvação para a vida eterna, a liberdade e o poder para reinar em uma nova vida.
            Em muito, se vê apenas a busca do poder para reinar em vida, que não deve ser descartado; mas, antes de tudo, devemos ser gratos pela salvação e pela liberdade.
Uma nova vida em Cristo já seria o suficiente, pois temos a paz, a provisão, a segurança e a Sua justiça.
Como já dito acima, porém, não podemos deixar de usufruir tudo que Ele nos deu: vida em abundância e próspera, com saúde divina em nosso corpo.
Boa leitura e atente para as suas prioridades com Ele.

            “E subindo Jesus a Jerusalém, chamou à parte os seus doze discípulos e, no caminho, disse-lhes: Eis que vamos para Jerusalém, e o filho do homem será entregue aos principais dos sacerdotes e escribas, e condenar-lo-ão à morte. E o entregarão aos gentios para que dele se escarneçam, e o açoitem, e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará. Então se aproximou dele à mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o e fazendo-lhe um pedido. E Ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: dize que estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino” (Mat.20:17a21)

            Jesus enfrentava suas últimas horas de vida. Sobre seus ombros pesavam a dor e a angústia que daí a pouco sofreria no Gólgota. Eram instantes de profunda reflexão e intenso silêncio em sua alma.
            Subia ele para Jerusalém. Caminhava solenemente para o momento maior que o havia trazido ao mundo. Passos dolosos. De repente se volta, olha para trás, enxerga seus discípulos. Quis compartilhar a sua dor. Pensava que teria  a comoção dos seus seguidores. Explica-lhes com detalhes a situação. Conta até mesmo seu triunfo: ressuscitaria.
            Mas, ao invés de expressão de dor nos rostos, contempla apenas indiferença. Não, aquele momento seria só seu mesmo. Ninguém iria estar com ele. O pastor seria ferido e as ovelhas se dispersariam.
            De repente uma mulher se aproxima do Senhor. Ele a reconhece. Era a mãe de dois dos seus discípulos: João e Tiago, aliás, dois destacados discípulos que tinham o apreço do Mestre.
            Ela interrompe a dramática narrativa de Cristo sobre sua paixão, morte e ressurreição e lhe faz um pedido: “...Dize que estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu Reino”. Era uma mãe preocupada. Tinha ela todas as razões para pedir isso a Jesus, pois, como mãe, acompanhava a renúncia dos filhos, excelentes profissionais da pesca, para seguir o Mestre; então, nada mais justo do que terem a primazia no futuro reino de Cristo.
            O pedido até que foi justo, mas foi feito fora de hora. Não era um momento propício para um pedido como esse; afinal, Jesus estava falando de sua dolorosa morte, enquanto ela e seus filhos já se ocupavam de uma eventual posição no Reino de Deus.
            Estavam pouco preocupados com a cruz, com a morte, nem com a ressurreição de Jesus, que, sem dúvidas, seriam as molas mestras do cristianismo. Eles não pensavam em Cruz, pensavam em posição, pensavam nas vantagens que poderiam ter, pensavam nas celebridades que se tornariam com o futuro reino de Israel, capitaneado por Jesus.
            Penso neles como penso em muita gente hoje. Tem pouca ou nenhuma intimidade com a cruz. Pensam no evangelho como um meio e não como um fim. Pensam num Cristo que lhe traga vantagens, prosperidade, glória, fama e ufania. Esse é o evangelho atual que muitos vivem.
            O que mais dói é que isso vem de gente que deveria entender de cruz e não disso. Gente que está na dianteira, na vanguarda.
            Não é à toa que o próprio Senhor Jesus, ao chamar João e Tiago para integrarem o colégio apostólico, lhes deu um nome, que soava como um apelido até: Boanerges, que significa: Filhos do Trovão (Mc3:17). No mínimo, eram barulhentos e queriam sempre a dianteira em tudo. Talvez pensassem que com Jesus se ganhava no grito. Enganaram-se redondamente.
            A maior prova foi no episódio dos moradores da aldeia samaritana que não receberam a Jesus. O mestre ouviu de João um palpite no mínimo inusitado: “...Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?” (Luc.9:54). Invocaram a Bíblia e sua suposta superioridade no Reino para amaldiçoar pessoas.
            Sinceramente, estou farto de gente desse tipo. Arrogantes espirituais que se sentem intocáveis. A qualquer infortúnio invocam a Deus para amaldiçoar quem se levante contra “seu ministério”. Para eles, Deus é nada mais nada menos que seus patuás e amuletos para defendê-los de opostos. Citam desenfreadamente como se fosse um veredicto final: “não toqueis nos meus ungidos”. Esquecem-se que os ungidos para serem ungidos, tem que no mínimo ter a unção do Espirito de Deus, e não uma massagem pastoral nas suas cabeças. Sei que vou chocar, mas fazer o que. É a realidade atual. Para essa gente, vale o que Jesus respondeu para os filhos do trovão: “...Vós não sabeis de que espírito sois”.

A BUSCA PELA CELEBRIDADE

           
Só pode mesmo ser os momentos finais que a igreja de Cristo está vivendo. Parece que buscar a fama a qualquer preço não foi só coisa da “Darlene”  não. (Uma personagem inescrupulosa de uma novela global que buscava a fama de qualquer maneira). Isso é real entre nós.
Posso parecer amargo e pesado, mas é real. Olhe para o púlpito de sua igreja. Veja quantas pessoas passam por lá cantando e depois correm na porta do templo para vender seu CD. É bem verdade que existe gente séria que só quer adorar a Deus, mas a maioria só quer vantagens que a Cruz de Cristo oferece, mas se esquecem que Jesus disse que temos que levar nossa cruz também. E levar a cruz exige renúncia.
Dias desses recebi um telefonema de um moço se dizendo líder de jovens de sua igreja, me perguntando se tinha agenda para pregar em sua festa. Disse que sim, e a partir daí, fui bombardeado por inúmeras perguntas com respeito a mim e meu ministério. Até aí tudo bem, afinal, quem não é conhecido (ou celebridade), precisa de certas formalidades. Mas o que me doeu foi uma pergunta que ele me fez: “Pastor, você já pregou alguma vez na festa dos Gideões? (uma mega festa de missões que acontece no sul do país)”. Eu disse que não tive esse privilégio ainda.
Ele então me disse que seria complicado então me indicar para seu pastor, pois não tinha ainda pregado lá. Eu argumentei dizendo que tenho um ministério já de 15 anos, mesmo tendo só 35 anos de idade, dei a ele o telefone do meu pastor, da minha igreja, para qualquer recomendação, mas não teve jeito, eu nunca tinha pregado nos Gideões.
Desliguei o telefone perplexo. Nunca imaginei que um pregador da Palavra fosse medido por ter acrescido em seu currículo uma ministração em determinado lugar. Pensava que o diferencial fosse a unção do Espirito, milagres, conversões de almas, pois isso eu tinha, mas mudou muito hoje. Fazer o que... Tenho que tocar a vida.
Querido e amado irmão, entenda que o importante para o Senhor Jesus não é a fama ou engrandecimento de nomes humanos. Para Jesus, o que vale é o reconhecimento de seu senhorio que vem pela cruz e o Calvário. O resto se dilui no seu Reino.

Não faça como os filhos do trovão, que queriam a primazia no reino e não queriam ouvir e nem discutir o caminho da cruz que Jesus como bom soldado aceitou. A estrela é Ele. A glória é Dele, somente Dele. O resto é resto.

Vosso Conservo
Josias Almeida”


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