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quinta-feira, 10 de maio de 2018

Retrato de um cristão.

Qualquer experiência religiosa isolada de Cristo é sem sentido e frustrante.

     Em sua autobiografia intitulada Confissões, Agostinho, bispo de Hipona (354-430), escreveu sobre a dependência do ser humano em relação a Deus: "Criaste-nos para Ti, Senhor. E nosso coração estará inquieto enquanto não descansar em Ti". Realmente, embora muitos tentem e até imaginem que podem, à parte de Deus, nenhum ser humano pode encontrar o verdadeiro sentido da vida. Fomos criados seres físicos, mentais e espirituais, formando-se um todo indivisível. É impossível experimentar o sentido pleno da vida enfatizando-se apenas o desenvolvimento físico e mental, enquanto se descarta o espiritual.
     Muitas pessoas buscam se desenvolver espiritualmente a partir da tentativa de praticar rituais, dogmas e credos religiosos. Paradoxalmente, em que pese a importância da religião, acabam frustradas. Isso porque desenvolvimento espiritual é mais que o esforço de alguém para ser bom religioso. Na verdade, é uma experiência fundamentada num relacionamento de fé com Jesus Cristo que possibilitará uma vida frutífera traduzida em atos virtuosos e na construção de um caráter nobre. Evidencia-se, aqui, o princípio de prioridade, causa e efeito, ser e fazer. A prática do bem é o efeito de uma causa que é o relacionamento com Cristo. Para cumprirmos os deveres religiosos, precisamentos, antes, ser cristãos.
     Tentar sem bom pela prática do bem, ou amoroso pela prática do amor, é tão inútil como colocar uma penca de bananas num poste esperando que ele se transforme em uma bananeira. Para produzir bananas, tem que ser bananeira. Jesus Cristo disse que não podemos fazer o bem, agindo separados d´Ele: "Eu sou a videira, e vocês são os galhos. Quem está em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto por que sem Mim vocês não podem fazer nada" (João 15:5 - Bíblia na Linguagem de Hoje).
     Logo, ser cristão é mais que ser superficialmente religioso; é estar ligado a Cristo. A fé cristã é Cristo. Se retirarmos Cristo do evangelho, nada restará. Ele é o evangelho personificado que deve ser posto em nosso coração e mente. Ser cristão consiste essencialmente em colocar confiança na pessoa de Cristo, permitindo que Ele viva a Sua vida através de nós. Cristo faz a diferença. Qualquer experiência religiosa isolada do relacionamento com Ele carecerá de sentido e nos mergulhará num poço de frustração e desapontamento. É a partir do relacionamento com Ele que os requerimentos religiosos serão recebidos e vividos de maneira positiva, eficaz e sadia.
     Sadhu Sundar Singh deixou o sikihismo, aceitou o cristianismo e se tornou um dos maiores cristãos da Índia. Certo dia, um europeu agnóstico o entrevistou com o evidente propósito de lhe mostrar o "erro" de ter renunciado à antiga crença por Cristo.
     - O que o senhor encontrou no cristianismo, que não tinha em sua religião anterior? - perguntou o professor.
     - Encontrei Cristo - respondeu Sundar Singh.
     - Sim: mas que princípios, credos, rituais ou doutrinas em especial o senhor encontrou e que não conhecia antes? - insistiu o interlocutor.
     - Tudo o que encontrei foi Cristo - foi a resposta.
     É isso. Jesus Cristo é o tudo e o todo da religião e da própria vida. Ele disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; somente por meio de Mim é possível chegar ao Pai" (João 14:6). Abra seu coração a Ele, agora. Convide-O a entrar e reinar em sua vida. E descanse na certeza de que esta promessa diz respeito a você também: "Todos aqueles que o Pai dá virão a Mim; e de modo nenhum jogarei fora aqueles que vierem a Mim" (João 6:37).

Zinaldo A. Santos é editor associado de Vida e Saúde.

Fonte: Texto extraído da revista Vida e Saúde, de agosto de 2009.

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